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Exportações de café caem em setembro e no acumulado do ano; o que aconteceu
11 de outubro de 2023 |
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11 de outubro de 2023 |
No mês de setembro, o Brasil exportou 3.294 milhões de sacas de café de 60 kg para o exterior, abrangendo todas as variedades. Essa quantidade representou uma redução de 5,3% em comparação com os 3.480 milhões exportados no mesmo mês de 2022.
Em termos de receita, houve uma queda de 23,2% no mesmo período, totalizando US$ 638 milhões. Essas informações foram extraídas do boletim estatístico mensal divulgado pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).
Ao considerar o desempenho durante os três primeiros meses da safra 2023/24, o Brasil exportou um total de 9,993 milhões de sacas de café, resultando em uma receita de quase US$ 2 bilhões.
Comparando com o período de julho a setembro do ano anterior, os embarques cresceram 13,1% em volume, mas a entrada de recursos caiu 4,8%.
No acumulado dos nove primeiros meses de 2023, o Brasil registrou uma redução de 9,1% nas exportações de café em relação ao mesmo período do ano passado, totalizando 26,225 milhões de sacas. A receita seguiu a mesma tendência, diminuindo 17,9% e atingindo US$ 5,547 bilhões.
De acordo com Márcio Ferreira, presidente do Cecafé, a queda nas exportações de café se deve principalmente ao desempenho desfavorável da variedade arábica, que foi afetada pelo acentuado declínio nos preços na Bolsa de Nova York, tornando os valores pouco atrativos para os produtores brasileiros.
“Nesse cenário, os cafeicultores ficaram mais resistentes para realizar novos negócios, assim como, com diferenciais mais estreitos, não há atratividade na outra ponta, com compradores pouco ativos nesse momento”, disse ele.
Durante os primeiros nove meses de 2023, os Estados Unidos se mantiveram como o principal mercado para o café brasileiro, importando 4,359 milhões de sacas — mais de 16% do total. Entretanto, o número representa uma redução de 25,7% em relação ao mesmo período de 2022.
Em segundo lugar no ranking está a Alemanha, que adquiriu 3,146 milhões de sacas, representando 12% das exportações. No entanto, esse número também registrou uma queda — de 38,4%.
Em seguida, temos a Itália, com a compra de 2,036 milhões de sacas, o que representa uma diminuição de 15,2%. O Japão adquiriu 1,696 milhão de sacas, um aumento de 24,1%, e a Bélgica importou 1,432 milhão de sacas, sofrendo uma queda de 37,7%.
Entre os 10 principais parceiros comerciais do Brasil para o café até setembro de 2023, destaca-se a China. O país asiático importou 669,3 mil sacas nesse período.
Esse volume representa um aumento de 132,5% em comparação com o mesmo período do ano anterior. A China agora ocupa a décima posição no ranking dos maiores destinos das exportações de café do Brasil até o momento.
De janeiro a setembro de 2023, o café arábica continuou liderando as exportações, com um total de 20,803 milhões de sacas. Isso equivale a 79,3% do volume total brasileiro.
O café solúvel contribuiu com 2,803 milhões de sacas, representando 10,7% das exportações. Ele foi seguido pelo café canéfora (conilon + robusta), que enviou 2,581 milhões de sacas (9,8%), e pelos produtos torrados e torrados e moídos, que totalizaram 38.907 sacas (0,1%).
É importante destacar que o desempenho das exportações de café canéfora foi o único positivo durante este ano. Elas registraram um crescimento expressivo de 111% em comparação a 2022.
O presidente do Cecafé observa que a variedade de café canéfora brasileira mantém sua competitividade no mercado global e está em alta demanda devido a problemas na produção de importantes regiões produtoras de robusta, como Vietnã e Indonésia
“Não é de se estranhar, assim, que os vietnamitas tenham ampliado em significativos 537% suas importações de café verde do Brasil no acumulado do ano até setembro, tampouco que os indonésios registrem incremento de 85,5% nas aquisições de nosso produto in natura no mesmo período”, explicou Márcio Ferreira.
Já os cafés de qualidade superior ou com certificação de práticas sustentáveis constituíram 16,7% das exportações totais de café do Brasil no acumulado do ano. Nesse período, foram enviadas 4,382 milhões de sacas para o exterior, refletindo uma redução de 16,1% em comparação com o mesmo período de 2022.
O preço médio desses cafés de alta qualidade foi de US$ 237 por saca, resultando em uma receita cambial de US$ 1,038 bilhão nos primeiros nove meses de 2023. Esse montante corresponde a 18,7% da receita total obtida com todas as exportações de café. Em comparação com o ano anterior, ele é 29,5% inferior ao registrado no mesmo período.
Quando se trata dos principais destinos para os cafés diferenciados até setembro, os Estados Unidos lideram, adquirindo 998.053 sacas, o que equivale a 22,8% do total desse tipo de café exportado.
Na sequência, encontram-se a Alemanha, com 619.329 sacas (14,1%); a Bélgica, com 466.775 sacas (10,7%); os Países Baixos, com 266.399 sacas (6,1%); e o Reino Unido, com 222.707 sacas (5,1%).
(*) Com informações de Comex do Brasil e Cecafé