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O que acontecerá com a Selic na próxima reunião do Copom?
30 de outubro de 2023 | Equipe Braza Bank
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30 de outubro de 2023 | Equipe Braza Bank
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (Bacen) se reúne entre os dias 31 de outubro e 1º de novembro para analisar o cenário econômico brasileiro e internacional e anunciar o novo percentual da taxa básica de juros, a Selic.
A expectativa é de que o órgão reduza a taxa de 12,75% ao ano para 12,25% a.a. Essa seria a terceira redução da Selic desde agosto, quando o Banco Central interrompeu o ciclo de aumento da taxa de juros.
Os membros do Copom já haviam antecipado cortes de 0,5 ponto percentual nas reuniões do segundo semestre. No comunicado da última reunião em setembro, o comitê reafirmou que esse ritmo de redução era apropriado para manter uma política monetária contracionista.
Vale destacar que, apesar de um período de quedas sucessivas no primeiro semestre, a inflação voltou a subir no segundo semestre. As expectativas do mercado financeiro no Boletim Focus apontam para uma taxa Selic de 11,75% ao final de 2023.
Para o diretor de tesouraria do Braza Bank, Bruno Perottoni, o corte já é visto como um “fato consumado”. Ele afirma que, atualmente, a pergunta a ser feita é: “Até onde corta?”
“O que me chama atenção não é a ‘ponta curta’ dessa curva de juros e sim os vencimentos longos e a disparidade com relação às projeções do Focus. Forçar cortes muito além do tecnicamente viável, torna-se bastante questionável e pouco saudável. Aguardemos cenas dos próximos capítulos, mas nessa briga do rochedo com o mar, o mercado de juros me parece mais rochedo do que as projeções do Focus”, diz ele.
A meta de inflação para o ano de 2023 é de 3,25%, conforme estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Isso significa que o limite inferior é de 1,75% e o limite superior é de 4,75%. Segundo o Banco Central, de acordo com o último Relatório de Inflação, há uma probabilidade de 67% de que o índice oficial de inflação exceda o limite máximo da meta em 2023.
Em setembro, o aumento dos preços da gasolina contribuiu para pressionar a inflação, resultando em uma taxa de 0,26% no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número foi superior ao registrado em agosto, quando a inflação havia subido 0,23%.
No acumulado do ano, a inflação atingiu 3,50%. Nos últimos 12 meses, o índice se encontra em 5,19%, superando os 4,61% dos 12 meses anteriores.
Na última reunião, o Copom reforçou a importância de manter uma política monetária contracionista para assegurar a convergência da inflação à meta em 2024 e 2025, bem como para ancorar as expectativas.
De março de 2021 a agosto de 2022, o Copom aumentou a Selic em 12 reuniões consecutivas, em resposta ao aumento dos preços de alimentos, energia e combustíveis.
Posteriormente, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas, de agosto do ano passado a agosto deste ano.
Antes do início do ciclo de aumento, a Selic havia sido reduzida para 2% ao ano, o nível mais baixo desde o início da série histórica em 1986.
A redução da taxa ocorreu devido à contração econômica provocada pela pandemia, com o Banco Central tomando essa medida para estimular a produção e o consumo. A taxa permaneceu nesse patamar entre agosto de 2020 e março de 2021.
A taxa Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira. Ela serve de referência para as demais taxas da economia.
Ela também é o principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação. Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, isso tem como finalidade conter a demanda aquecida, pois juros mais altos encarecem o crédito e incentivam a poupança.
Já uma redução na Selic tende a baratear o crédito, incentivando a produção e o consumo, o que pode afrouxar o controle sobre a inflação e estimular a atividade econômica.
O Copom se reúne a cada 45 dias, com a primeira parte da reunião dedicada a apresentações técnicas sobre a economia brasileira e global, bem como o comportamento dos mercados financeiros.
No segundo dia, os membros do Copom, que consiste na diretoria do BC, analisam as possibilidades e definem a taxa Selic.