Exportações industriais impulsionam produção e emprego no Brasil em 2022, revela estudo da CNI

Um estudo realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelou que as exportações brasileiras direcionadas a parceiros comerciais com foco na indústria tiveram um impacto notavelmente positivo na produção, emprego e na massa salarial do Brasil no ano de 2022.

O destaque aparece quando se compara com as exportações destinadas a países com ênfase em setores como agropecuária e indústria extrativa.

Para exemplificar, o CNI usou a China como exemplo. Para a entidade, mesmo que o país tenha sido o principal destino das exportações brasileiras em 2022, representando 26,8% do total, essas exportações tiveram um impacto econômico relativamente menor em comparação com as vendas destinadas ao Mercosul, que contribuíram com 6,5% das vendas externas.

A Nota Econômica Nº29 destaca que as exportações desempenharam um papel vital, e a cada R$ 1 bilhão exportado pelo Brasil em 2022, contribuiu para uma produção adicional de R$ 3,2 bilhões, criou cerca de 20,8 mil empregos e gerou uma receita salarial de R$ 421,2 milhões.

Este impacto foi particularmente significativo nas vendas para o Mercosul, México e Estados Unidos, onde 90,9%, 80,5% e 79,1% da lista de produtos exportados consiste em bens industriais, respectivamente.

Como o estudo foi realizado?

A análise se baseou em dados da Matriz de Insumo-Produto (MIP) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os efeitos das exportações na economia, em termos de produção, emprego e receita salarial, foram examinados através de três categorias:

• efeito direto: ocorre quando a produção de um setor é diretamente afetada por mudanças na produção dele mesmo;
• efeito indireto: relaciona-se à resposta nas cadeias de produção causada pelo aumento da produção em um setor, que gera uma demanda maior por suprimentos de outros setores;
• efeito renda: indica como o aumento da renda da produção impulsiona a economia, estimulando o consumo das famílias.

“O estudo mostra que as exportações focadas em bens industriais tiveram um impacto particularmente benéfico na economia brasileira, direcionadas a parceiros como Mercosul, Estados Unidos e México. Isso ressalta a urgência de encarar os obstáculos que a indústria brasileira enfrenta para se tornar mais competitiva. Assim, aperfeiçoar as estratégias comerciais e reduzir o custo Brasil são alguns dos fatores para estimular o crescimento da indústria”, avalia a gerente de Comércio e Integração Internacional da CNI, Constanza Negri.

Os destaques do estudo

Para entender melhor o impacto das exportações brasileiras em 2022, o estudo analisou o desempenho de oito principais parceiros comerciais do Brasil.

O Mercosul se destacou como o líder na maioria dos efeitos totais gerados pelas exportações, incluindo produção e renda. A exportação de R$ 1 bilhão para o bloco do Mercosul resultou em efeitos positivos de R$ 3,7 bilhões na produção e R$ 550,8 milhões na renda dos trabalhadores.

Embora a parcela das exportações destinadas ao Mercosul tenha sido relativamente menor em comparação a alguns outros parceiros, representando apenas 6,5% do total exportado em 2022, o impacto positivo nas finanças nacionais foi principalmente impulsionado pelo considerável foco no setor industrial. 

A análise enfatiza a grande importância da indústria de transformação nas exportações para o Mercosul, com ênfase em setores como o automotivo (15,9%), peças (8,3%) e máquinas e equipamentos (10%).

(*) Com informações de Comex do Brasil e CNI