Corrente de comércio do Brasil com EUA é de US$ 56 bilhões nos 9 primeiros meses do ano

As transações comerciais entre o Brasil e os Estados Unidos atingiram um total de US$ 55,5 bilhões nos primeiros 9 meses de 2023. Isso marca o segundo maior valor na história das relações comerciais entre esses dois países.  

No entanto, o número ficou abaixo do registrado em 2022. Isso aconteceu devido a uma combinação de preços internacionais mais altos e ao aumento nas trocas de alguns produtos relacionados à energia no ano passado. 

Quando comparado a 2022, houve uma queda de 17,4% no volume de comércio bilateral, principalmente devido às importações que sofreram uma retração. Os dados são do Monitor de Comércio da Amcham Brasil.  

No que diz respeito às exportações, as vendas de produtos industriais do Brasil para os Estados Unidos mantiveram-se praticamente inalteradas, com uma diminuição de apenas 0,7%.  

Isso foi um desempenho melhor do que o registrado nas exportações totais desse setor do Brasil para o mundo, que apresentaram uma queda de 3,1%. Como resultado, a importância relativa dos produtos industriais nas exportações do Brasil para os Estados Unidos aumentou, passando de 78,5% para 81,6%. 

“A redução observada até o momento nas trocas bilaterais está concentrada em alguns poucos setores e por motivos como preços ou situações conjunturais. No geral, o comércio segue dinâmico, com crescimento na maioria dos produtos e perspectiva positiva, sobretudo nos itens de maior valor agregado e intensidade tecnológica”, comentou o CEO da Amcham Brasil, Abrão Neto. 

Com os números, o saldo negativo da balança comercial do Brasil com os Estados Unidos teve uma redução significativa de 80% em relação ao mesmo período de 2022, diminuindo de US$ 11,5 bilhões para US$ 2,3 bilhões. 

O que o Brasil exporta para os EUA? 

Cinco dos 10 produtos mais comercializados pelo Brasil para os Estados Unidos experimentaram um aumento significativo em seu valor durante o período.  

O destaque principal foi o segmento de equipamentos de engenharia civil, que viu seu valor crescer em 40,5%, passando de US$ 881 milhões para US$ 1,2 bilhão.  

Além disso, outros produtos tiveram elevações notáveis, como: 

• semiacabados de ferro ou aço: 7,0%; 
• celulose: 9,1%; 
• combustíveis de petróleo: 106,9%; 
• sucos de frutas: 58,5%.  

Quanto à quantidade exportada, oito dos dez principais produtos também registraram um aumento nesse período. 

Esses números podem ser explicados por diversos fatores. A redução dos estoques de petróleo nos Estados Unidos levou o país a aumentar suas importações de combustíveis em 2023.  

A demanda em expansão no setor de infraestrutura e na indústria dos Estados Unidos continua impulsionando as exportações brasileiras de ferro, aço e equipamentos de engenharia civil.  

O substancial aumento nas vendas de sucos de frutas do Brasil está relacionado a condições climáticas e problemas com pragas nas plantações da região sul dos Estados Unidos. 

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As importações brasileiras dos Estados Unidos 

As importações brasileiras provenientes dos Estados Unidos sofreram uma significativa contração de 26,5% no decorrer do ano, equivalente a uma redução de US$ 10,4 bilhões.  

Essa tendência pode ser atribuída à diminuição das aquisições de bens energéticos, tais como óleo combustível, petróleo bruto e gás natural, que, combinados, tiveram uma queda de US$ 10,5 bilhões.  

Mesmo com essa redução, as importações do Brasil oriundas dos Estados Unidos alcançaram US$ 28,9 bilhões, marcando o segundo maior patamar histórico desse indicador. 

Dentre os 10 principais produtos importados pelo Brasil dos Estados Unidos, seis deles apresentaram um aumento, incluindo motores e máquinas não elétricas (14,6%), aeronaves (13,0%), inseticidas e fungicidas (0,1%), polímeros de etileno (1,9%), instrumentos e dispositivos de medição (22,5%) e outros medicamentos (31,1%). 

(*) Com informações de Comex do Brasil e Amcham Brasil