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Como importar da China? Passo a passo e principais cuidados
22 de setembro de 2025 |

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22 de setembro de 2025 |
Nos últimos anos, a China se consolidou como o maior parceiro comercial do Brasil. Além de comprar grandes volumes de commodities brasileiras, o país asiático se tornou a principal origem das mercadorias que chegam ao mercado nacional.
De eletrônicos a roupas, passando por utilidades domésticas e cosméticos, a variedade é quase ilimitada. Esse movimento fez crescer o interesse de empreendedores e lojistas em importar diretamente da China, aproveitando preços competitivos e a capacidade de inovação dos fabricantes.
Mas para transformar essa oportunidade em negócio lucrativo, é preciso entender as regras, os impostos, os riscos e as etapas do processo. Neste guia, nós do Braza trouxemos as principais informações sobre como importar da China, os cuidados a serem tomados e o papel do câmbio nesse caminho.
Acompanhe a leitura!
Há diversos motivos que fazem a importação da China ser um caminho buscado por empresas brasileiras no comércio exterior. O apelo, muitas vezes, começa pelos preços.
Em diversos setores, fabricantes chineses produzem em escala muito maior que a indústria brasileira, o que reduz custos unitários.
Outro ponto é a diversidade. Indústrias chinesas são líderes em múltiplos setores econômicos, permitindo que empresas brasileiras tenham milhares de fornecedores em diferentes segmentos, desde pequenos lotes até contêineres inteiros de mercadorias.
Por fim, importar é também atrativo por ser uma forma de ampliar mix de produtos e acompanhar tendências globais, especialmente em setores como moda, tecnologia e artigos de consumo rápido.
Antes de fechar a primeira compra, é importante atender a alguns pré-requisitos e tomar certos cuidados estratégicos, como:
Agora que você entendeu detalhes importantes, veja o passo a passo para começar a importar da China!
1. Definição do produto e da NCM
Cada mercadoria precisa ser classificada pela Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), que determina quais impostos e exigências incidem sobre o item. Produtos sujeitos à fiscalização sanitária ou técnica, por exemplo, podem demandar autorizações específicas.
2. Pesquisa e negociação com fornecedores
É fundamental escolher fornecedores confiáveis. Plataformas de vendas e feiras internacionais podem ser pontos de partida. Solicitar amostras e checar reputação ajudam a evitar surpresas.
Na negociação, defina preço, quantidade mínima de pedido e incoterms. Esse último são condições que estabelecem responsabilidades de comprador e vendedor sobre frete, seguro e risco.
3. Planejamento logístico
O terceiro ponto é a questão logística. Normalmente, o transporte marítimo é mais barato, mas tende a levar mais tempo — de 30 a 45 dias. Já o aéreo é mais rápido, porém mais caro.
A escolha depende do tipo de produto e da urgência do pedido. Contudo, saiba que o frete impacta diretamente no custo total e deve ser calculado já na etapa de planejamento.
4. Documentos obrigatórios
O processo de entrada da mercadoria no Brasil exige uma série de documentos, como:
Qualquer inconsistência pode atrasar a liberação da carga.
5. Desembaraço aduaneiro e tributos
Ao chegar ao Brasil, a carga passa pelo desembaraço aduaneiro. Nessa etapa incidem impostos como Imposto de Importação, IPI, PIS/Cofins-Importação e ICMS, além de despesas logísticas.
Há regimes simplificados para compras até determinada quantia, mas em geral empresas atuam pelo regime formal, que dá mais previsibilidade e permite maior escala.
Ainda, entenda que a Reforma Tributária deve impactar esse cenário. Saiba mais sobre ela neste conteúdo: O que é a nova Reforma Tributária e como ela impacta o câmbio!
6. Pagamento e câmbio
As importações são liquidadas em moeda estrangeira, geralmente em dólar. O pagamento pode ser feito por adiantamento, transferência internacional ou carta de crédito em operações de maior porte.
Aqui entra um ponto fundamental: o câmbio. A variação do dólar pode impactar diretamente a margem do produto.
Por isso, planejar o momento do fechamento e escolher parceiros que ofereçam taxas competitivas ajuda a proteger a rentabilidade. Além disso, é interessante contar com soluções de hedge cambial, para minimizar riscos.
Importar da China exige mais do que encontrar um fornecedor e fechar um pedido. O primeiro obstáculo está na burocracia.
Cada produto passa por uma classificação fiscal que pode acionar órgãos diferentes, como Anvisa, Inmetro ou Ibama. Quando essas exigências não são previstas, o processo de liberação trava e a mercadoria pode ficar parada por semanas.
Outro desafio são os prazos. Além do transporte, há o tempo de desembaraço aduaneiro, que pode estender a espera por mais de dois meses. Esse atraso pesa no planejamento de estoque e pode gerar custos extras com armazenagem.
O aspecto financeiro também merece atenção. Muitos fornecedores pedem adiantamentos ou pagamentos antes do embarque.
Para o importador, isso significa imobilizar recursos sem retorno imediato. Se não houver planejamento de capital de giro, o risco de comprometer o caixa da empresa é alto.
Por fim, o câmbio é uma variável que não pode ser ignorada. Como os contratos são fechados em moeda estrangeira, uma oscilação brusca do dólar entre o pedido e o pagamento pode corroer a margem prevista. Sem estratégias de proteção, a importação que parecia lucrativa pode se tornar deficitária.
Apesar das dificuldades, os benefícios da importação da China também são estratégicos. A produção em larga escala e a competitividade interna fazem com que os produtos chineses, muitas vezes, custem menos do que equivalentes fabricados no Brasil.
Mesmo considerando tributos e logística, muitos itens chegam ao consumidor com valores atrativos e boa margem para o revendedor. Outro diferencial está no acesso rápido a tendências globais.
Setores como moda e tecnologia lançam novidades na China antes de outros mercados. Para lojistas brasileiros, importar diretamente é uma forma de se antecipar à concorrência e oferecer produtos que ainda não chegaram às prateleiras locais.
Há também a possibilidade de customização. Muitos fabricantes aceitam produzir sob demanda, adaptando design, cores e embalagens.
Essa flexibilidade permite que pequenas e médias empresas criem diferenciais competitivos sem a necessidade de manter estruturas próprias de produção.
Para empresas que querem começar e pagar menos no câmbio, o time do Braza Bank está pronto para ajudar. Entre em contato e conheça nossas soluções, seja para câmbio pronto ou futuro.
O que preciso para importar legalmente da China?
Ter um CNPJ ativo, habilitação no Radar/Siscomex e cumprir toda a documentação exigida.
Posso importar como pessoa física para revender?
Não. Pessoa física só pode importar para uso próprio. Revenda exige operação como pessoa jurídica.
Como escolher fornecedores confiáveis?
Pesquise reputação, peça amostras e negocie condições claras. Plataformas reconhecidas ajudam a reduzir riscos.
O câmbio pode impactar minha margem?
Sim. O pagamento é feito em moeda estrangeira e variações do dólar podem alterar o custo final do produto.
Vale a pena começar com pequenas importações?
Sim. É uma forma de testar fornecedores, entender prazos e avaliar a aceitação do produto no mercado.